O Início
Oficialmente, a bicicleta teve seu nome inserido na história em 1790, com o conde francês Mède de Sivrac, que idealizou o celerífero. O nome vem do francês celerífer, derivado das expressões latinas celeri, que quer dizer rápido, e fero, que significa transporte. Tratava-se de um veículo primitivo, sem uma direção móvel nem pedais, formado por duas rodas ligadas por uma ponte de madeira em forma de cavalo e que era acionado por impulsos alternados dos pés no chão.Historiadores dizem que o intuito dessa máquina era divertir o conde e toda a nobreza da época pelas ruas de Paris. Ela possuía banco de couro e pela falta de um guidão, andava somente em linha reta.
De acordo com os especialistas no assunto, o celerífero apesar de primitivo, era um veículo veloz, pois com algumas passadas largas se conseguiam 8 ou 9 quilômetros por hora, contudo, do ponto de vista ergonômico, não apresentava conforto algum, pois o impacto sofrido pelo veículo podia machucar o motorista, por falta de amortecimento. Alguns historiadores consideram o celerífero o “avô torto” da bicicleta e até mesmo primitivo demais para ser considerado o antecessor da bicicleta atual, tamanha a evolução que ela sofreu.
A Invenção
O celerífero foi adaptado por Joseph Nicephore Niepce, em 1816, e tornou-se o celerípede. Niepce foi um dos pioneiros da fotografia e esse novo invento possibilitou a fixação de uma câmera fotográfica em um veículo em movimento, o que serviu para melhorar a arte fotográfica.
De acordo com os historiadores, a bicicleta foi o primeiro veículo movido pelo homem. Por volta de 1816 a 1818, não se sabe ao certo, o Barão Karl-Friedrich Christian Ludwing Von Drais (1785-1851), de Sauerbrun, no então grão-ducado de Baden, atual Alemanha, construiu o primeiro biciclo dirigível adaptado do celerífero. O inventor era inspetor florestal e seu invento chamado Laufmaschine, ficou conhecido como draisiana ou draisina. Na verdade, essa “máquina de andar” servia apenas como apoio, pois ainda era feita de madeira e suas maiores evoluções foram a criação do guidão e do selim, que trouxeram um pouco mais de conforto ao veículo.
Conforme o surgimento da nova invenção, o veículo passa a despertar o interesse dos nobres, que pretendiam usá-lo para substituir o cavalo em seus passeios. Alguns desses “cavalos de rodas” traziam, em sua parte frontal, uma cabeça de animal, e passaram a ser conhecidos como hobby-horse, pois esse se tornou o passatempo preferido deles. Em 1819, o inglês Denis Johnson mudou a madeira por ferro, tornando o hobby-horse mais seguro, mas mesmo assim esse hobby não durou muito tempo. Apesar de ser mais confortável do que andar a pé, o inconveniente modo de impulsionar o veículo com os pés fazia com que se estragassem muitos calçados, tornando as viagens a cavalo mais vantajosas, nesse aspecto.
O barão Von Drais apresentou o invento em 5 de abril de 1818, no Parque Luxemburgo, em Paris. Meses mais tarde, ele fez o trajeto entre Beaum e Dijon, na França, com velocidade média de 15 quilômetros por hora, que foi considerado o primeiro recorde ciclístico. Ele fez, também, o trajeto de Karlshure a Strassburg, na Alemanha, em quatro horas, que significa quatro vezes menos tempo que se fizesse a pé, apesar de a draisiana apresentar total mobilidade da roda dianteira e permitir grandes velocidades para a época, ela não teve muita aceitação.
Segundo Pequini, Von Drais lança em 1819, a draisiana para mulheres, curvada para que não tivessem problemas com as longas e fartas saias. Em 1820 foi criada a draisiana infantil, que é considerada a primeira bicicleta infantil do mundo. Porém, não foi encontrado nenhum outro registro sobre esse fato.
Mas evolução mesmo percebeu-se entre 1820 e 1840, não se sabe ao certo, quando o ferreiro escocês Kirkpatrick Mcmillan (1810-1878) adaptou ao eixo da roda traseira dois pedais ligados por uma barra de ferro, provocando o avanço da roda traseira e dando maior estabilidade e conseqüente segurança à bicicleta, que já tomava as formas que se conhecem atualmente. Com esse novo mecanismo, nas curvas evitava-se o jogo de corpo para o lado oposto ao movimento, a fim de manter estável o equilíbrio, já que o equipamento em si era bastante pesado. Nessa época, eram bem comuns as competições de draisiana na França, que foi o esporte precursor do ciclismo.
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